ANTOLOGIA


Escuta

Vitor R. de Almeida

(Santa Maria/RS)

Do jeito que as coisas ficaram,
depois daquele dia,
Eu acho que não devo mais falar
sobre desejos verdes
E talvez não deva falar sobre mais nada
Falar pra quê?
Se tudo que falamos não nos diz nada?
Eu prefiro caminhar sem pressa,
Escrever sem culpa
e te olhar sem que percebas

Naquele dia, eu percebi
Que tudo de que precisamos é quietude
E por mais difícil que seja
estar contigo sem dizer nada,
Eu acho que consigo esconder de mim
Aquilo que por ti todos os outros exclamam

A minha poesia não é tão lírica
quanto a tua, eu sei
Mas não ignoro que
quando falo sobre miragens
Elas existem tanto quanto esse sentimento
E o desejo de ser parte daquilo que escreves

Perdoa esse excesso de amor inventado
Não sei onde isso vai dar
E espero que não dê em nada
Além de poemas que,
por mais que falem, nada dizem
E olhos que se olham diante do céu
Do jeito que as coisas ficaram, depois daquele dia,
Eu acho que não devo mais falar sobre desejos verdes
E talvez não deva falar sobre mais nada
Falar pra quê?
Se tudo que falamos não nos diz nada?
Eu prefiro caminhar sem pressa,
Escrever sem culpa e te olhar sem que percebas

Naquele dia, eu percebi
Que tudo de que precisamos é quietude
E por mais difícil que seja estar contigo sem dizer nada,
Eu acho que consigo esconder de mim
Aquilo que por ti todos os outros exclamam

A minha poesia não é tão lírica quanto a tua, eu sei
Mas não ignoro que quando falo sobre miragens
Elas existem tanto quanto esse sentimento
E o desejo de ser parte daquilo que escreves

Perdoa esse excesso de amor inventado
Não sei onde isso vai dar
E espero que não dê em nada
Além de poemas que,
por mais que falem, nada dizem
E olhos que se olham diante do céu

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Vitor R. de Almeida – Sou formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. Assim como seu Moraes, sempre achei bonita a palavra escrita. Certa vez, um colega me disse que eu escrevia textos reflexivos demais para um jornalista. Acreditei e, desde então, estudo Filosofia, na mesma universidade. Na cidade de interior onde nasci não havia muito o que fazer. Sem cinema, teatro ou boas bibliotecas, ir à escola parecia ser a melhor opção. E no final das contas, Cacequi/RS acabou sendo um lugar tranquilo para passar uma infância dividida entre frequentar aulas, ler coisas e escrever. Nunca pretendo parar.
Vitor R. de Almeida – Sou formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. Assim como seu Moraes, sempre achei bonita a palavra escrita. Certa vez, um colega me disse que eu escrevia textos reflexivos demais para um jornalista. Acreditei e, desde então, estudo Filosofia, na mesma universidade. Na cidade de interior onde nasci não havia muito o que fazer. Sem cinema, teatro ou boas bibliotecas, ir à escola parecia ser a melhor opção. E no final das contas, Cacequi/RS acabou sendo um lugar tranquilo para passar uma infância dividida entre frequentar aulas, ler coisas e escrever. Nunca pretendo parar.
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