ANTOLOGIA


Águia

Mary Cloe

(Bauru/SP)

Andava por aí,
perdida, envolta no cotidiano
que me engoliu.
Quando dei por mim,
havia passado cinquenta anos.

Palavras esquecidas na gaveta.
Sonhos ocultos de uma menina pobre,
que pelas condições impostas,
não desabrochou.
Fui condicionada a aceitar
que outros tivessem o poder
de ditar o que eu deveria fazer.

Sou bauruense, sou brasileira, sou mulher,
e, hoje, sou o que eu quiser ser.
As palavras me libertaram:
escrever escrevência, poesia poetizar.

Metanoia transcende, transporta,
posso voar como águia,
acima das maiores tempestades.
Sou poeta sim, senhores!
A Poesia me libertou.
Andava por aí,
perdida, envolta no cotidiano
que me engoliu.
Quando dei por mim,
havia passado cinquenta anos.

Palavras esquecidas na gaveta.
Sonhos ocultos de uma menina pobre,
que pelas condições impostas,
não desabrochou.
Fui condicionada a aceitar
que outros tivessem o poder
de ditar o que eu deveria fazer.

Sou bauruense, sou brasileira, sou mulher,
e, hoje, sou o que eu quiser ser.
As palavras me libertaram:
escrever escrevência, poesia poetizar.

Metanoia transcende, transporta,
posso voar como águia,
acima das maiores tempestades.
Sou poeta sim, senhores!
A Poesia me libertou.

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Mary Cloe – Nascida em Bauru/SP, em 16 de agosto de 1968, sou a quarta filha entre sete irmãos e meus pais são Advercilio dos Santos e Maria de Lourdes dos Santos. Meu pai adoeceu e minha infância foi muito difícil. Mesmo assim, fazíamos nossos brinquedos e éramos felizes. Fui uma menina tímida, com medo. Pegava a revista do meu irmão mais velho e lia embaixo das árvores. Ingressei na escola já sabendo ler e escrever um pouco. Fazia textos para teatro e música. Mas deixei meus escritos nas gavetas, me casei e fui cuidar dos meus filhos, hoje já adultos e formados. Em março de 2019, fiz uma cirurgia. Enquanto me recuperava, voltei a escrever. Enviei um poema para um concurso e fui selecionada. Desde então, essa é minha quarta classificação. Sou funcionária pública e trabalho em uma escola de 1º ao 5º ano.
Mary Cloe – Nascida em Bauru/SP, em 16 de agosto de 1968, sou a quarta filha entre sete irmãos e meus pais são Advercilio dos Santos e Maria de Lourdes dos Santos. Meu pai adoeceu e minha infância foi muito difícil. Mesmo assim, fazíamos nossos brinquedos e éramos felizes. Fui uma menina tímida, com medo. Pegava a revista do meu irmão mais velho e lia embaixo das árvores. Ingressei na escola já sabendo ler e escrever um pouco. Fazia textos para teatro e música. Mas deixei meus escritos nas gavetas, me casei e fui cuidar dos meus filhos, hoje já adultos e formados. Em março de 2019, fiz uma cirurgia. Enquanto me recuperava, voltei a escrever. Enviei um poema para um concurso e fui selecionada. Desde então, essa é minha quarta classificação. Sou funcionária pública e trabalho em uma escola de primeiro ao quinto ano.
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