POEMAS

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Disforme
Disforme
Paloma Pinheiro
Paloma Pinheiro
E se ao despertar
eu tivesse esquecido minhas formas
e perdido as fronteiras do meu corpo?
Já não caberia em mim,
nem nos “ondes” que um dia me abraçaram.
Destoaria da sinfonia que compus de mim
ao longo desta condição de ser-me.
Deixaria de pertencer.
Trairia a pátria amada com amantes universais:
nos embriagaríamos de outros mares,
dançaríamos em muitos idiomas
e ao entardecer riríamos sobre as ruínas
do progresso que me ordenou.
Eu então, ao olhar pra cima,
descobriria que tenho asas.
E se ao despertar
eu tivesse esquecido minhas formas
e perdido as fronteiras do meu corpo?
Já não caberia em mim,
nem nos “ondes” que um dia me abraçaram.
Destoaria da sinfonia que compus de mim
ao longo desta condição de ser-me.
Deixaria de pertencer.
Trairia a pátria amada com amantes universais:
nos embriagaríamos de outros mares,
dançaríamos em muitos idiomas
e ao entardecer riríamos sobre as ruínas
do progresso que me ordenou.
Eu então, ao olhar pra cima,
descobriria que tenho asas.

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